Anti design não é sinônimo de design feio. Vamos entender um pouco sobre esse movimento que surgiu como uma crítica ao modernismo e ainda influencia muito nos dias atuais. Para entender o que é Anti-Design, precisamos delimitar brevemente o que foi o design moderno. Aquele que ainda permeia a visão popular, e tinha como um dos seus princípios o funcionalismo, ou seja, tudo era muito objetivo, projetavam-se coisas seguindo o lema cerne da Bauhaus: “Menos é mais.” O anti design foi um movimento que se originou na Itália na década de 1960,como uma resposta ao modernismo, gerando vários grupos, que tinham uma linguagem holistica sobre a arte, juntando design e arquitetura e artes visuais. Se antes a estética buscava a racionalidade, agora os trabalhos iam por vias mais poéticas e imaginativas, valorizando a experiência da pessoa acima da funcionalidade, eles usavam texturas, cores e materiais mais inusitados.
O anti design não tentou simplesmente subjugar essas noções estéticas, mas principalmente noções ideológicas. Nesse sentido, há uma citação muito enfática um dos pensadores que resume essa ideia:
Se o design é apenas um incentivo ao consumo, então é preciso rejeitar o design; se a arquitetura é apenas um modo de codificar o modelo burguês de propriedade e a sociedade que ele engendra, então é preciso rejeitar a arquitetura; se a arquitetura e o planejamento urbano são apenas meras maneiras de formalizar as atuais divisões sociais injustas, então é preciso rejeitar o planejamento urbano e suas cidades... Isso até que todas as atividades projetivas tenham por finalidade atender às necessidades primárias. Até que isso aconteça, o design pode desaparecer. É possível viver sem arquitetura... Adolfo Natalini. [1971]
Esses movimentos iam contra a ideia capitalista de superprodução, exploração humana e ambiental, e pensavam não apenas em gerar produtos diferenciados, mas questionar a própria maneira e o porquê de se produzir.
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